domingo, 10 de fevereiro de 2013

Só sei dançar com você.

Entrei no meu quarto
Apaguei a luz
Desliguei a tv
Deitei na cama
Quis ficar quietinha

Quentinha, lembranças do dia anterior.

Mil lembranças ficaram
Você de banho tomado me deixando a sua mercê
armado apenas com seu sorriso.

E sorrio de olhos fechados,

a lembrança é doce e tão branca.
Fiquei tão sem palavras e você era
tudo que eu queria escutar.

Sexta não tinha que acabar,

deveria ser lei,
pular o carnaval nunca foi tão bom.
Fantasias do lado de fora, realidade do lado de dentro.
Meu corpo se embolando no outro,
dois virando o tempo de seis.

Abri os olhos, já não estava mais perto,
o tempo ganhou outros adversários.
A saudade se instaurou no lugar.

Mas...

Ouvi você dizer que

Pra onde eu quiser ir, você vai...
Largo tudo
se a gente se casar domingo.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Amô.


Numa festa o inesperado,
o fogo se alimentando
das dores já esquecidas.

Uma bebida desconhecida
e um cupido amante
transformam a incoerência
numa só vida.

E um só gole transforma
diversão em uma coisa séria.
Um sono perdido numa noite
encontrada.
Charles a emitir gargalhadas
e Nelson a ficar sem expressão.

Um pedido inesperado
centrado na certeza
tempos depois a confirmar
o número três em botões.

sábado, 8 de setembro de 2012

Das cosias mais lindas que já conheci, só reconheci as tuas cores belas quando te vi...

Nesse 8 de setembro, estou tentando dizer qualquer coisa, qualquer palavra que caiba, mas ela já não existe, não vem, será que desaprendi a escrever? Talvez. Mas não é ruim, de maneira alguma. Parando pra pensar, em um mês, me ocorre o silêncio que está mais para paz, uma coisa boa de dentro que vem do outro, de você, meu anjo. Um mês e nenhuma palavra. Um mês e a vida já me fez entender que eu não preciso de palavras, eu preciso de você, de quem eu sou com você, principalmente, quer dizer, se eu souber distinguir um do outro. Meus dias são compostos de você, do seu sorriso quando beijo teu corpo, da forma como seus olhos brilham quando deito do teu lado, até o jeito de você pegar o cigarro me hipnotiza. O que te dizer? Que te amo e que a vida não passa da projeção dos seus gestos? Que vejo você no meu jeito, na esquina, com a cabeça encostada na janela do ônibus, numa sucessão de imagens projetadas na minha cabeça? E que de repente, o telefone toca com qualquer mensagem sua e sorrio, um sorriso timidamente sincero de quem sabe que a felicidade é uma visita bastante volúvel. E tudo é tão rápido, tão intenso e expansivo que vira um breve suspiro. Circunstancias improváveis, bebida largada, Cupido, Nelson Rodrigues, Cinelândia, saudade, sax, francês, Oz, Chaplin, sono, vontades, frio... caminhos que construo até você... Eu quero o silencio absoluto, contemplar você por inteiro. Estar inteira. Finalmente, a vida me fez entender que não preciso de palavras, ao contrário, sem elas, eu posso ser, na raiz da palavra, sabe? E quero ser cada vez mais afundada em teus ombros, com a mão grudada em seus cabelos, sentindo teu cheiro e gosto, ser da maneira única (e boa) de como o meu corpo se encaixa no seu. Quando foi mesmo que eu abri os meus olhos e encontrei você?






Eu não acreditava mais que o amor existisse, e a vida desmentia. — Caio Fernando Abreu

terça-feira, 21 de agosto de 2012

É que eu também sou feita de deixar de ser.


A fogueira joga suas chamas para o alto
Aquece a noite fria
O cupido latino bebe a diversão
Esquecida e atira sua flecha

[REFRÃO]
Um beijo apaixonado de casal
O leão dourado troca de lugar
A serpente solta seu mortal veneno
E a fogueira a queimar

Cinderela salvadora dá
Três passos coloridos para o céu
Toma o mel divino
E viva o morango anônimo

Tudo que é perfeito nós pegamos num abraço
E domingo finalmente ela veio
Charles a não dizer palavras
Em uma noite não dormida

[REFRÃO]

quinta-feira, 14 de junho de 2012

São pensamentos soltos traduzidos em palavras...

Talvez quando me cale, eu não queira dizer nada, talvez eu queira dizer tudo o que não devo. Você percebe e me pergunta, dou a resposta sincera: "eu não sei" e não sei mesmo, mas você não acredita e se cala também. Daí passam muitas coisas na minha cabeça, numa frequência extremamente irritante, sem qualquer ordem, sem qualquer organização, mas não sai, não pela boca. Toda vez que te ligo tenho um roteiro na cabeça, minha falas e até as suas, até que a sua voz me invade, esqueço o que tinha pra dizer de tão importante e me concentro em você, uma sucessão de silêncios antecedida de perguntas bobas. Me xingo, me torturo, me sacrifico quando você não vê, mas logo entendo o jogo com a vida: você não tem roteiro. Ainda tento me adaptar ao seu jeito, a um jeito só nosso, tenho que parar de te pedir desculpas e desaprender a fazer cara feia, eu sei, mas não resisto tem horas, caio em ciume, em carência, desatenção e impaciência... basta você decifrar. Sei que soa um tanto bobo, e é. Não ligo. Só preciso da sua atenção, dos seus olhos, do seu cheiro, do seu corpo e mais nada. Tenho milhões de coisas que precisam de conserto, nem sei se tem conserto, mas ando tentando. Preciso confessar: você me irrita quase na mesma intensidade em que me fascina, tem horas, mas sei que o contrário também acontece. Tanta enrolação pra dizer que sem cartas de amor, sem nomes, sem lembranças, sem qualquer indicio, tudo o que faria você sumir só faz você ficar, tanta coisa só pra te dizer que você me faz um bem, as vezes dizer parece bobo, por outras, parece pouco, na maioria das vezes, parece excesso de palavras. De qualquer forma, continua livre, continua bom, continua aqui, de uma maneira totalmente diferente de antes. Não se preocupe, eu não vou dizer palavras que você tem tanto medo de ouvir.

terça-feira, 20 de março de 2012

Feliz .

Mesmo estando tão longe, ainda me sinto perto de você Carol.
Mesmo nos falando tão pouco ultimamento, acho que a gente criou aquele tipo de laço inseparável, aquele que não mais se desata, haja o que houver, sabe?

Aquele laço criado quando fomos um o pilar do outro em momentos difíceis. Um laço que me foi trazido pelo Tiago. Mas o nó, atamos sozinhos, só nos dois.

Te sinto perto, tão, tão perto, que é como se mentalmente eu te mantivesse sempre ao meu lado e não no Rio de Janeiro.
Não ache que não nos falarmos com frequência é sinal de esquecimento, não é para mim.

O simples fato de eu estar na faculdade me remete a você. Porque te ouvi falando das aulas na faculdade antes mesmo de eu pensar em fazer faculdade. Sempre achei lindo você falando, utópico, sempre coloquei num patamar que era seu e não meu, o status Universitário. Agora, quando em aulas de semiótica, ouço todos os tipos de termos que devem ser frequentes em algumas das suas aulas. E me lembro de você me ensinando grego pelo msn, desenhando nossos alfas e nossos ômegas.

Você é parte indissociável de mim, de forma que te carrego pra sempre. A voz da minha consciência, com certeza, tem sotaque carioca.

Eu te amo, por me fazer amar o seu sotaque carioca. Não o sotaque carioca, mas o seu. Por me fazer reconhecer conforto na sua voz e por me fazer acreditar que Carol é Lar.

Feliz Aniversário (assim generalizado, só escrito).
Feliz Aniversário (com o sotaque carioca, que você deve ter ouvido dezenas de vezes hoje te parabenizar).
E Feliz Aniversário (com meu sotaque paulistano, o mesmo do "biscoito", lembra?)

Eu te amo, Carol. Parabéns por tudo, parabéns por ser incrível, inesquecível e minha amiga.

Te amo outra vez!

Boa noite 

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Mas o dia insiste em nascer...

Medo de enfrentar um papel, de sentar para escrever, medo de voltar a sentir. Até que a vida impõe que se enfrente de frente, principalmente, aquilo que se tenta evitar. O ontem serviu para isso, o ontem, como dia mesmo, me serviu para por em cheque uma das questões mais cruciais comigo mesma, sem hipocrisia, sem terceiros, uma luta solitária com a participação de outros tantos fantasmas, fantasia de carnaval. A vontade que dá é de esconder, fugir, fingir, mas aceitei um desafio que a principio era só educação, aceitei. Abracei sem pensar aquele outro corpo, sem sentir o menor constrangimento, sem o menor pudor, quando acabou, meu rosto denunciou o que eu então não percebera. O corpo tinha um rosto, aqueles antigos olhos expressivos me olhando fixamente, me analisando, mas não tinha medo, ao contrário, tinha carinho, saudade, recordações, com as quais eu aprenderia a lidar depois, meu corpo tremeu, como na primeira vez, mas dessa vez, a ironia partiu de mim. Não tive conserto, eu sei, você percebeu de cara o meu desconforto, não faz mal. Aliás, nunca me fez mal algum. Ai, o carnaval não faz mal a ninguém, não faz mal... bem também não. Normal, normal é ver o quanto a gente se perdeu. Não queria nada de novo, mas ver, esse gesto tão simples que é o olhar resume de uma maneira também tão simples o que se esperava, te ver, saber de você.
Te enfrentar de frente foi apenas uma batalha, a luta viria mais tarde, comigo mesma, driblar os acertivos golpes de certas feridas, botar no calor da mente o peso de um sentimento por inteiro, uma carência que não cessa e aprender a renascer do resto de si mesmo deixado pelo outro, recusei todo o resto. Não perdi noites em claro, agradeço o cansaço do carnaval, não perdi um dia de domingo, não perdi também qualquer outro pedaço, os que você já tinha levado, não precisa mais devolver, me utilizei de diversos outros remendos, artifícios, qualquer coisa, não ficou novo não, mas funciona. O suficiente pra ter uma paz por inteiro nesse dia de domingo.