terça-feira, 29 de junho de 2010

Parte I

E eu vou me concentrar em qualquer coisa, mas qualquer coisa que não esse frio. Porque se eu me deixar levar, o vento vai trazer consigo não só esse frio pela janela, mas a sua imagem, a sua voz procurando a vontade de querer me aquecer naquilo que tomo como você. E eu não posso. Meu coração anda tão fatigado, tão inutilmente despedaçado tentando ser inteiro, mas se doando assim o tempo todo cada hora pra alguém, pra necessidade do outro, um pedaço de cada vez, as vezes, todos ao mesmo tempo. Não tenho me comportado mais, por enquanto tem me machucado, me incomodado e de todas as formas que eu sei lidar com isso, eu não posso. Vou me concentrar com todas as forças, que não são muitas, nos meus trabalhos, nos meu estudos, aprender uma nova língua, ocupar meu corpo e minha mente de maneira absoluta pra não existir o fator necessidade. E ainda que eu não consiga nada disso, o esforço vai me fazer bem, eu sei, pelo menos até a proxima queda. Não quero cair, te juro. Só que é inevitável, pensar em você tem sido inevitavel. E presta atenção, eu não vou fazer de você uma valvula de escape, como uma cura pra todos os males que me afrontam agora, eu não posso, não vou e não quero. Mas não tem prestado atenção no quanto me faz bem, no quanto suas caras quase sérias me fazem rir que nem uma tonta. Meu corpo não comporta tanta beleza, tanta coisa boa num só, sei que não, por mais que tentasse, seria um esforço desnecessário, pela vontade torta de ter você, eu vou ficar um tempão aqui parada esperando passar, ocupando meus olhos, fechando minhas mãos diante do peito como num soco que darei no ar sem saber que atinjo a mim mesma, que aquela raiva disparada contra ninguém afeta o que diz respeito a mim, sem que você saiba também.  (cont...)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

23/06 - Faça um pedido.

Por que quando fecho os meus olhos, ainda que da maneira mais pesada, tudo parece tão confortavel? Quando foi que você aconteceu junto comigo que eu não vi, não percebi seus passos tão leves que sabem justamente onde pisam, passando por cima de todas as dores, os traumas, as coisas ruins se equilibrando nas pontas dos pés, justamente assim, pra no fim, cair sobre mim não restando essa plenitude maior que é você? Sinceramente não sei. É bom, tenho certeza, não vai embora, ainda que te peça por mil vezes, vai ter sempre aquela única que vai pedir a sua presença e será mais importante de todas. Estou sentindo a sua falta, talvez a sorte mude pra gente, não seja mais necessário mais esconder no que a gente se encontra, de todas as suposições que eu poderia fazer sobre isso, eu teimo em insistir que o mundo não está pronto pra gente acontecer e você, muita das vezes, há de concordar comigo. Se o mundo permitisse que a gente existisse, talvez fosse ele que não existiria mais para nós, mas tudo bem, a saudade é grande, só não é maior que esse amor todo que eu sinto por você. Nada de drama, de dor, deixa eu me esconder em você, não é perigoso, nem mesmo esses teus planos loucos de ter filhos comigo, de querer me sustentar, de me ter todas as noites, eu gosto de me jogar nisso, no meio do teu sonho eu aconteço e tenho acontecido por três anos, não me esqueço, como também não faço questão das contas exatas. Os teus sonhos doidos demais as vezes confrontam com a minha real liberdade independente, mas não faz mal, a gente se reinventa de qualquer outra maneira, se for pra ficar mais perto, da maneira que for, eu te quero perto sempre que possivel, se possivel. Meu mundo reconheceu cores quando passou a existir e ainda que tocar seu rosto não seja gesto natural meu, acredito, acredito em tudo que diz respeito a você. Guarda um sonho bom pra mim, uma vela nesse bolo de pedidos que é o teu aniversário, porque, meu amor, não é um ano a mais de vida (ou não-vida) pra você, é um ano a mais pra gente concretizar o que ainda está por ser encaixado. Eu te amo, Rafael Doin, e quando você estiver pronto, a gente começa.

domingo, 20 de junho de 2010

Neutro.

Meu amor sempre cheio de entregas, de saudades, de esperança, feito dos sentimentos mais sólidos, das pessoas mais insólidas, tudo isso mesmo que seja nada é importante, mas não faz de mim o que sou agora, fui me entregando na desimportância por extremo cansaço, por querer pra mim o que eu entregava aos outros e não é que eu tenho acertado? Ainda que perdida, ainda que cansada, desacreditada, ainda assim, existe aquele ponto em que há recompensa, nunca pensei que ficar suspensa assim me traria o que sinto de bom agora, sem cobranças, sem lamentos, ir se entregando mesmo por querer que na entrega reste somente a entrega do outro, de qualquer maneira e nada mais. Sem passado e nem futuro, como se soubessemos que temos somente o presente que é tão rápido em si mesmo, mas ficamos presos na liberdade que temos, mais vontade, mais delírio, mais de mais sempre, nunca menos, sem perceber encontramos o que não houve procura, busca, encontramos mão, pé, pernas, bocas e muitas outras coisas, encontramos desejo, vontade, risos e olhares. Ainda que ausência de palavras, há coisas bonitas, a beleza daquilo que ninguém desconfia, somos bonitos juntos, eu por querer acompanhar você e você por um processo natural, mas somos naturais acima de tudo. Somos sem a pretensão de querer ser, somos sem a ganância de dar nomes, somos por ter uma coisas qualquer que nem precisa de definição. Por enquanto, viver tem dado nisso.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

é que eu preciso dizer que te amo tanto.


Nessa hora da noite me bateu um desespero por fazer muitas coisas, curiosidade em estudar, aprender outras línguas, ler livros parados na estante, coisas pra dentro mesmo, sabe? Mas não farei nada disso. Não enquanto não conseguir escrever sobre você, você que nesses últimos dias, meses e daqui a pouco, um ano, tem/continuará tendo a sua importância. No seu colo eu posso ser carente, frágil, não preciso me levar e nem ser levada tão a sério, posso errar e você não liga, não se importa, ao contrário, oferece mais ainda o seu ombro, como se soubesse que é exatamente nele que eu preciso me afundar, sentir teu cheiro, me apertar em seu abraço, saber que é você o meu anjo das asas de papel marchê, no fundo, acho que sabe. Minha ilha de contemplação, onde é possível ver melhor as coisas, me ver melhor, onde nada mais importa, nós nos merecemos e por sermos completos na excessiva falta um do outro é que fica a minha certeza e enorme saudade de que alguma coisa tem dado certo, que em meio ao caos, eu tenho aprendido a ser grande. Meu tempo é outro que não o seu, minhas convicções são outras totalmente diferentes das suas, meu modo de ver as coisas geralmente discorda de você em número, genêro e caso, mas ainda assim, existe exatamente aquele ponto em que a gente entra em harmonia. Suspensa entre o sim e o não, escapo do mundo terrível aqui fora pra me enquadrar em você. Mesmo na dura realidade, eu quero um grão do teu delírio, não se percas, porque talvez seja bem possível que eu não me ache mais.


"Não acredito nem mesmo em muita teorização sobre a vida, a morte, a dor. Mas acredito em afeto e tenho consciência de que somos parte de um misterioso ciclo vital que nos confere significação. E que dentro dele, sendo insiginificantes, temos importância." (Lya Luft - Perdas & Ganhos)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

"- Por mais borboletas que colecionasse, ainda
assim estava sempre sozinha. Só que no fundo,
quem estava presa numa caixa era ela.

- Como posso ajudá-la a se libertar?

- Não importa o quanto ame alguém, se não
souber como se expressar, a outra pessoa jamais
saberá o que sente..."

~ Tarot Café - Volume 3 - Pág 39

domingo, 6 de junho de 2010

Sincronicidade.

'Eu quero tudo de novo.
Seu olhar tão cheio de vida parado em meu rosto tão interessada em saber de você.
Quero companhia não declarada.
Sua atitude mal intencionada que me faz tão bem.
Quero mais suas caras & bocas, convites irresistiveis na qual me jogo sem medir consequência e medos.
Quero mais de você, sua boca na minha, seu corpo contra o meu, quero tudo e mais um pouco até sermos em excesso mesmo... Dois perdidos numa noite suja '

sábado, 5 de junho de 2010

Perdas e Ganhos

"Se achar que não valho nada, serei nada. Deixarei que outros falem, decidam, vivam por mim. Porém, se acreditar que apesar dos naturais limites e do MEDO todo eu mereço uma dose de coisas positivas, vou lutar por isso. Vou até perimitir que os outros me amem."

Lya Luft