quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O outro lado.

E eram nas pequenas coisas que a gente se encontrava, uma discussão de música aqui, outra ali, o emprestimo de um livro, uma camiseta, coisas pequenas que representavam o nosso mundo, entrelaçava os dois modos tão distintos de vida. Era assim que eu estava acostumada a ele, com pequenos gestos que modificavam minha rotina, ele não precisou gritar, bater na porta com agressividade, não precisou forçar sua entrada, foi tudo muito suave. Nosso amor eram aqueles discos, os livros, as conversas até madrugada e o que é melhor, sem maldade. Me acompanha em mais uma dança no metrô? Vem, deita aqui comigo nesse chão frio, me ensina a rir, me ensina a beber, me ensina qualquer defeito teu que me revira os olhos, me ensina a ser leve, me ensina sobre música, me empresta esta tua paz... prometo que aprendo rápido.

;D

Mais tarde viriam as perguntas e cobranças. Desliguei o telefone, saberia que ninguém ligaria mesmo e se ligassem, eu estaria disponível somente para alguns, mas não ligariam mesmo. Aconteceu tanta coisa que foi a mesma coisa que nada. Nada me faz reclinar. Gritei para todos eles com um sorriso no rosto: "foda-se vocês!". Parecem ter ouvido. Tem vezes que essa é justamente a linguagem apropriada pra ocasião.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

"Tô tirando férias, dando um tempo disso, chega de amar, chega de me doar, chega de me doer. [pelo menos por enquanto]."

C.F

Eu gosto de você, eu gosto tanto de você, garoto.

Então me diz o que eu deixei faltar? Não foi por falta de amor e muito menos por excesso de teimosia, porque abri guarda disso várias vezes pra que pudessemos existir da maneira que se queria ou poderia. Tinha certeza do perigo que seria a gente assim tão afastado um do outro, viriam pessoas erradas, palavras mal interpretadas, sorrisos encantadores, seriam falsos eles todos, mas dissera que era esse o jeito, não haveria outra maneira. Antes que digas que jogo os fatos pra cima de você, direi que não é esse o caminho, talvez tenha conhecido um melhor. Da maneira que for, acredito ser tarde. De todas as maneiras que possamos começar de novo, acredito que se existisse uma última tentativa, pelo menos da minha parte, seria um fracasso. A vida te força a fazer essas escolhar, existe sempre o bem e o mal, você tem que escolher um caminho, não é direito ser bom num dia e ruim no outro, não faz sentido, ainda assim, bem no meio existe as vontades, os desejos e esses anulam totalmente essas duas classificações, é pelo esforço da gente, entende? Pelo bem de nós mesmos. Não é possivel achar de mau quem vai contra a vontade alheia, impossivel, isso não é ser ruim, é ser humano e nem cito esse tipo de pessoa, porque existe dias em que pensar nos outros faz um mal danado mesmo. Mas daquelas que tem consciência do que falam e ainda sim o fazem de maneira totalmente ironica e maldosa, essas sim são as pessoas certas as quais me refiro, essas que têm aparecido aos montes em nossa volta e não tem se dado conta do tamanho do esforço que faço pra que se afastes por não precisar disso. Melhor, fazia, né? Mas insistes que são pessoas boas que essas pessoas são as mesmas que se preocupam com um bem estar de alguém que consideram tudo menos amigos, não sei se por ingenuidade sua ou por qualquer outra imaginação. Essas pessoas não fazem bem nem pra mim e nem pra você e digo isso com a certeza de provas, com histórias, passado, fatos que não tem acesso agora por excesso de proteção de quem te gosta. Talvez não acredite, é um direito seu, mas a escolha é minha. Ou eu fico perto e me poluo, me destruo junto com a parte ruim dessas pessoas ou eu me salvo, cheia de dor, de silêncio, mas consciente de que foi a coisa certa. Escolha o lado que tiver que escolher, ou não escolha nenhum, como eu faço as vezes, mas por favor, não se deixe poluir. As mascaras tendem a se manter de pé, ainda mais no carnaval. Digo tudo isso porque tenho visto que não tenho mais nada a perder, eu já te perdi e aceitei isso da maneira que eu sei e pude, morrendo um pouco a cada dia. Nem quero que penses que tenho uma verdade absoluta, não, estou seguindo meu coração. Mas peco aqui por querer cuidar. O erro das pessoas são sempre aceitaveis, mas quando são acidentais e não de proposito, quero com isso dizer que existem defeitos que ficam mais evidentes quando o usamos pra certos propositos e isso é maldade, não cuidado. Essa é a nitida diferença. Acho que os sentimentos quando viraram palavras saíram um tanto confusos, só quero que saiba que eu não quero mais ouvir, ter que me diminuir por palavras descuidadas, mesmo sendo grande assim da maneira que me vê, deveria saber que depois de soltas, algumas frases podem ser tão perigosas e poderosas que qualquer arma da humanidade. Palavras são as desgraças do mundo. Tudo bem, está cansado disso, eu também, mas percebo que são evitaveis, entende? Não tenho nenhuma força fisica, nenhum outro talento, nada, nada, então, não me tire o que levo a sério, o que dou mais importância: a palavra. Seja ela escrita ou falada, nenhum tiro é mais certeiro, nada me atinge mais, faz sentir dores e amores. Nada. Acredito que é por isso que tenho que ouvir o tempo todo, falar o que sinto o tempo todo, quer dizer, quando me permitem também, tenho o pavor de parecer incoveniente quando não quero. O importante aqui é que esotu querendo seguir em frente, mas sua convicção errada não deixa e me afasta tanto de você quando brigamos, porque nunca é pela gente, o problema são sempre os outros. Impossivel ser feliz assim, mas procuro saber de você sempre. Da maneira que sei. Mesmo que não te procures mais, ainda não seria capaz de deixar de te amar um só segundo. Quero que te cuides. Olha, eu estou aqui sozinha também, entretanto, eu não estou procurando aliados nem inimigos em potencial pra estabelecer um contato. Eu não, continuo sozinha, melhor assim. Melhor com você, na verdade. Meu amor recusas o tempo inteiro, melhor não deixa-lo mais tão amostra, tão disponível...
Eu te amo, poxa, amo mesmo e muito, tem amor o suficiente pra mim e pra você aqui dentro, mas eu não me enfraqueço disso, não é um amor de pena, ao contrário, eu me sinto feliz por amar alguém e que esse alguém seja você, isso não me faz mais fraca, menos valente ou qualquer outra coisa que diminua o que eu tenho de bom, quero que guarde isso. Eu enfrentaria mais muito sozinha, só não fique contra mim, porque não é certo e nem justo.
Evito te ver, porque viria na minha mente respostas as suas afirmações e sei que começariamos tudo de novo, da maneira que eu mesma não suporto mais, tenho preferido ficar aqui quieta, nem perturbando a sua paz nem me deixando perturbar, já que qualquer movimento brusco entre a gente pode desencandear uma série de palavras que se estivessemos em juizo normal, jamais diríamos um ao outro, talvez dissessemos, porém, de outra forma. Você precisa reagir, não se entregar como quem nada quer a primeira mão que te estende querendo na verdade te afundar. Não depois de tudo bonito que a gente construiu, não sei, não existe ninguém capaz de ser isso que você quer, eu tentei, mas cheguei ao meu limite de amar ao outro mais do que possuo. Falta de amor jamais poderá ser sua contestação, tenho certeza.
Tenho insistido em certas palavras pra que não tomes raiva ou que marquem em você, como uma coisa minha que até agora não consegui, contudo, me dói te ver visitando somente o que é bruto, matéria sem sentimento, mesmo que tenha sua importância, não pode ser a total importância de suas escolhas.
Estou tentando resolver uma parte do de dentro de mim, não sei se a maior delas, já que existem outras porções de coisas a qual não terá acesso que me tormentam agora, problemas pessoais.
Insisto tanto pra não ter medo de se aproximar nem sentir nada, sei que é meio confuso e intenso demais, mas por favor, essa é a parte que suplico, imploro, assim, meio desesperado mesmo pra que não se perca de mim, mesmo que julgue tarde. Me permita existir em você da mesma maneira que exista em mim. Deixa eu ser da maneira que sou e me escuta. Presta atenção na maneira do meu mundo. Ele é meio bobo, desengonçado, mas prometo que ajusto do seu tamanho, nas suas necessidades, porque tenho vontade de dividir o bonito de dentro que eu tenho com o que você desconhece. Não sabe o quanto estou me sentindo patética, ridicula e babaca por dizer tudo isso e me controlo faz dias, mas o que é seu não morre. Eu não morro por sua causa. E batalho, batalho um dobrado pra ficar no minimo suportável. E não minto quando digo tudo isso. Você tem sido meu amor, minha paixão, minha vida, meu seguro, minha sustentação, meu limite, meu anjo, minha estrela, meu chão e principalmente, minha saudade. A partir daqui não quero mais exigir nada, só seguir adiante. Eu gosto de você, eu gosto tanto de você, garoto.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

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"Por trás do que acontecia, eu redescobria magias sem susto algum. E de repente me sentia protegido (...) Nada de mal me aconteceria, tinha certeza, enquanto estivesse dentro do campo magnético daquela outra pessoa." C.F


E no meio aquele caos que estava imersa, eu quis ficar só, quis ver o mundo de outra perspectiva, mas sem desistir, me entende? Acho que foi até bom, eu reaprendi algumas teorias e recuperei velhos hábitos, leitura é um deles, me sinto mais preenchida, dentro do possivel, dessa maneira. Só que o nosso coração, ou talvez só o meu mesmo, se cansa de não ter notícias e quando saí em busca delas, me deparei com o que já tinha e deixei de lado, como a gente deixa um carinho especial de lado? É necessário estar olhando na direção errada e querendo se afundar em algo que foge ao seu controle. Tenho acertado o caminho dos meus olhos por enquanto, mirado bem no campo magnético do outro, me sinto protegida, me sinto assistida e o mais importante que julgo no momento, me sinto leve. Sei que as coisas ruins não cessam, mas você faz passar, me protege com a sua mão não muito grande, afasta num sopro como se nosso tempo fosse outro, não precisa me dizer que vai dar tudo certo, eu acreditaria sem que dissesse, me mima sem que eu peça, me dá amor sem pedir nada, sem cobrar nada, só pela necessidade de reconhecer em mim qualquer parte perdida sua. Diz que o meu maior defeito é o meu coração bom, talvez não tenha conserto mesmo, mas é por pessoas assim que ele existe. Não há sustos no que estou sentindo, não há medo, ao contrário, existe coragem pra enfrentar o mundo, aquele que sabemos bem qual nos cerca, excesso de amor dos dois lados. Andamos juntos, caminhamos juntos pra não pecarmos por excesso ou falta. É, "pra nós todo amor do mundo, pra eles o outro lado."

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Meu erro.

Eu quis dizer
Você não quis escutar

Agora não peça
Não me faça promessas
Eu não quero te ver
Nem quero acreditar
Que vai ser diferente
Que tudo mudou

Você diz não saber
O que houve de errado
E o meu erro foi crer que estar ao seu lado bastaria
Ah meu Deus era tudo o que eu queria

Eu dizia o seu nome
Não me abandone jamais ...

Mesmo querendo eu não vou me enganar

Eu conheço os seus passos
Eu vejo os seus erros
Não há nada de novo
Ainda somos iguais
Então não me chame
Não olhe pra trás

Você diz não saber
O que houve de errado
E o meu erro foi crer que estar ao seu lado bastaria
Ah meu Deus era tudo o que eu queria

Eu dizia o seu nome
Não me abandone jamais ...

Paralamas do Sucesso

Oração.

Prometo que vai ser isso que eu vou pedir.
Assim: "Papai do céu, acredito que no aniversário, a gente possa pedir o que quiser, peço desde já porque não tenho condições sobrehumanas o suficiente pra conseguir sozinha e nem anjo da guarda que atenda meu chamado, o que eu quero é poder passar um dia, uma hora ou até menos, se o senhor preferir, ao lado do Artur e Tiago. Minhas metades. Tenho me sentido tão incompleta e tenho pressa. Não peço mais nada além disso, quando virar realidade eu retorno de joelhos e agradeço por ter feito de mim a pessoa mais completa do mundo. Eu juro. Amém!"


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Resolvi tirar meus documentos hoje, alguns que perdi e outros que faltavam, chegando no lugar vi que tinha uma pequena fila e não tive muita paciencia pra esperar, mesmo assim, eu sentei na cadeira azul um pouco dura por conta da posição, bati meu pé num movimento involuntário e resolvi esperar. Ao meu lado não pude deixar de notar que tinha uma senhora dos cabelos brancos e olhos azuis, muito bem vestida, não que tivesse dinheiro, apenas se cuidava, devia ter sido muito vaidosa quando mais nova, alguns hábitos nunca se perdem, disso eu sabia. Em frente a ela havia uma moça mais nova, não tem bem cuidada e nem tão nova assim, daquelas pessoas que aparentam mais idade do que possuem, mais impaciente do que eu. Elas conversavam, eram mãe e filha. Percebi que a senhora muito me olhava e apesar de toda minha ansiedade e não gostar muito de ser observada, dirigi à ela algo como 'boa tarde', ela me sorriu e retribuiu com educação. Começou a conversar comigo sobre sua vida, o que fazia ali, disse seu nome, me mostrou fotos de quando era mais nova. Seu nome eu não lembro, estava ali porque estava se divorciando do marido após não-lembro-quantos-anos de casamento, mas eram muitos, e precisava mudar o nome no documento de identificação para poder movimentar coisas simples como conta bancária, tinha uma neta que fazia aniversário na semana seguinte (ou teria sido na passada?) e minhas suspeitas eram reais, ela era linda quando mais nova, uma foto em preto e branco, mas notavel seus olhos azuis e sua pele clara, ela era linda mesmo e imaginei que deveria ter muitos admiradores, apesar de não ter dito nada. De repente, percebi que havia em mim interesse, um sorriso, uma outra reação totalmente diferente daquele pé que batia impacientemente no chão, aliás, a batida agora pertencia a filha dela cada vez mais impaciente e olhando pra gente como se a mãe estivesse errada por contar e eu errada por ouvir. Não demorou muito, logo era a vez dela a ser atendida, depois seria a minha vez. Também não tardou. Lembro delas saindo e a senhora se despedindo de longe, respondi, peguei o que precisava e voltei pra casa. Voltei com a sensação de que tinha sido um bom dia, não sei, gosto tanto de conversar com as pessoas mesmo as que não conheço e que elas me convençam de que tem existe algo que vale a pena, deixem sua marca, sua história, pessoas que tem assuntos relevantes mesmo que só pra elas mesmas, dividam esse mundo, entende? Algo que vá além do tempo, último capitulo de novela ou silêncio. E melhor que isso é contar o meu dia ao inves do que sinto, porque por hoje não sinto dores e a existência dos outros não me incomoda.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Raiz.

Ai meu amor, como o tempo fez a gente perceber o que não tinhamos e conquistamos até o agora, momento presente e quantas vezes conduzimos os nossos caminhos a algo que não tivemos certeza no primeiro momento, mas depois houve um momento, a minha alma cruzou com a sua de imediato e nada no mundo é maior que a gente junto, nada mesmo. Sua alegria é a minha, as tristezas irremediaveis e as dores visiveis quando nosso coração se entrelaça. Nascemos assim, nos reconhecemos assim, mesmo que nos percamos, morreremos assim, espero. Não vou mentir, a sua existência me dói quando não me tocas, não me olha, não me escuta, nunca um existir de alguém me atingiu com tanta força quanto o seu ser, assim, todo metricamente calculado pra minha necessidade. Sei onde me encontro, o porto que me acolhe, acima de tudo, o único lugar onde quero estar. Contudo, aprendi da minha maneira que não se pode ter tudo, os deuses talvez não sejam assim tão generosos, o meu tudo sem você se tornou nada, mas não desisto, não recuo, porque desistir de você seria desistir de mim e de tanto cuidado que estou tendo agora comigo, eu não vou me afundar num poço de lamentações, não me traria você, não me faria melhor e nem mesmo reduziria certas distâncias. Eu te amo, Tiago Rios, talvez a realidade do mundo pra gente seja outra, diferente da qual planejamos, seja da maneira que for, eu não quero existir sem você até porque não posso e é por essa determinação que um dia meu braço vai ser a sua força, meu ombro seu repouso, minha voz sua musica, meus olhos seu palco e meus ouvidos, o seu alivio. E se não for nada disso, tentamos do nosso jeito.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

"Odeio amar, não é engraçado? Amanhã tento de novo. Amar só é bom se doer. Parou de chover. Não sei qual o Deus padroeiro das cartas - mas de qualquer maneira a noite de hoje foi dedicada a ele. Hoje eu queria que alguém me dissesse que eu não precisava me preocupar - como no Last Picture SHow - um ombro, uma mão. Desculpe tanta sede, tanta insatisfação. Amanhã, amanhã recomeço. Te espero, te gosto, te beijo."

C.F.A

O problema é que eu (não) te amo.

Sempre acreditei que eu dizer 'eu te adoro' para uma pessoa fosse a maior prova de admiração que se possa dar a alguém, porque dizer 'eu te amo' é intenso também, é bonito, mas adorar é mais, parece que toda a sua existência passou a ter sentido no momento em que a pessoa pra quem se diz começou a fazer parte de sua vida. Adorar é mágico, um pedestal, qualquer outro lugar no mundo que não ele mesmo. Também acreditei que ao dizer querer alguém fosse bonito, além da necessidade, é uma vontade, um sentimento bonito de querer que a alma que o adora passe a expor a beleza a que está condicionada. Acontece que quando você pensa diferente dos outros, corre o terrivel erro de parecer aquilo que não queres nunca dizer, as palavras ficam jogadas, talvez nunca entendam mesmo a sua beleza, seu significado e de repente, se vê obrigado a sufocar, apertar como se não existisse.
- Mas existe, você tem vontade de gritar.
- E dói, repete constantemente para si mesma várias vezes seguidas.
Esse choro contido quando se diz e ouvidos endurecidos demais pra ouvir se recusa a aceitar tais palavras. Daí desacredita, perde a vontade de procurar, sentir outra vez, se recusa tudo isso, mesmo tendo dentro de você um sentimento incontrolavel de coisas admiraveis, talvez passaram a ser isso, coisas. Parece que as pessoas não estão acostumadas ou desaprenderam a receber um amor do tamanho do mundo, desses que te procura, se mostra presente, diz o que quer aparentando mediocridade a outros olhos, sem maldade. Quem sabe um dia encontre alguém que assimile sem preconceitos, sem convicções e aceite da maneira que for, um carinho na cabeça, um beijo na testa, um cheiro na gola da roupa, um abraço apertado, um elogio inesperado e guarde para si tal grandeza, tal beleza, tal verdade...

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Carta ao Artur.

Artur, me ensina a ser grande? Hoje estou me sentindo tão pequena diante das possibilidades do mundo. Me ensina a lidar com a natureza do outro sem ter a necessidade de muda-la? Só falta isso pra eu ser grande, quero ser maior do que sou agora e não consigo. Maior do que eu, só o que sinto e ter que controlar o tempo todo me consome energia que não tenho, queria poder ser também sincera, abrir logo o jogo, dizer tudo que penso mesmo, não na necessidade de machucar, porque o que sinto são coisas boas, mas pra saberem da importância, me entende? Acho que machuco muito as pessoas, talvez porque eu perto delas penso tanta coisa, mas tanta coisa que eu preciso soltar palavras ao vento só pra não ter que prestar atenção naquela voz interior que quer explodir dentro da gente e falar a verdade. Feio isso, por que a gente sempre tem que esconder o bonito? Medo de atingir o outro numa velocidade e veracidade que talvez não entenda, é isso, tenho medo que não me entendam. E cada vez mais sinto que palavras não serão nunca o suficiente pra demonstrar tanto e elas saem tão confusas pela boca quanto entram no pensamento. Se fosse permitido falar, na pureza das palavras, sem subentendidos, diria a quem fosse interessado que estou aqui de coração e braços abertos pra dar colo, alegria, um pouco de felicidade por que não e até mesmo, loucura. Principalmente, estou aqui, me enxerga, da maneira que só você e mais ninguém sabe, me ama também dessa maneira, porque o seu "também" em resposta do meu não faz nenhum sentido se não deixares claro o que queres dizer. Diria tudo isso. Mas falar não é permitido, ferir é, né? Acredito até que a gente se acostuma, vai acumulando algo aqui, dizendo outra ali e depois desencadeia em consequências maiores e são sentimentos tão confusos que no fim, não restaria mais nada além do cansaço, do esforço, da incompreensão e sabendo disso, não ousaria deixar de ferir. Eu canso, mas me canso também. Vontade de dar o mundo se fosse necessário, só que acredito que meu mundo não é suficiente. Nem pra mim que faço parte dele. Talvez seja só impressão, mas me ocorreu isso agora. De qualquer forma, só peço que me ensine a ser grande, porque força você tem, meu amor, grandeza também, me ensina ser como você e fica tudo certo. Nada está fluindo por aqui, mas talvez seja só a maneira como vejo. Só por isso, eu preciso de você.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Acreditou. Ele acreditava nela, aquela menina com alma grande e coração fechado, ele acreditava nela, ela sentia, podia ver que os olhos eram outros, diferentes de todos os dias, ela também queria acreditar. Por um momento, os dois entraram em constante sincronia, um perfeito tom de felicidade, como se nada pudesse abala-los naquele e nem no proximo momento. Contudo, ela cometeu o erro crucial daquelas pessoas que não tomam atitude por medo de errar, sem se darem conta porém de que já estão errando ao desistirem, o erro de pensar nas relações à sua volta. Seu corpo não pertencia mais ao outro e seus pés não conseguiriam mais atravessar aquela porta, crucial porta. A partir daí as decepções começaram a acontecer, eles jamais seriam os mesmos, ela por não se perdoar ser tão fraca e ele, por um outro motivo que ela não entenderia se era decepção ou indiferença. Qualquer um que fosse, não a agradava. E faria uma diferença enorme ou não faria, mas ficaria preso, guardado até o proximo erro, daí eles se acumulariam, somariam mais defeitos, alguns incorrigiveis e fatalmente, se distanciariam mesmo estando perto demais pra sentir a respiração um do outro. Ela o ama, ele a ama, mas perderam tempo demais... talvez se a mão dele a tivesse puxado, se tivesse segurado a sua mão no momento de passar por aquela maldita porta, assim mesmo, como uma criança que não sabe atravessar o sinal sozinha, talvez ainda desse tempo, talvez ela tivesse aprendido a crescer... porém, sozinha, não seria possivel. Ainda não é.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Um Texto Confuso

euteamoeuteamoeutemo... e toda vez que digo isso minha mente remete a tantas lembranças, com você geralmente, planos que faço enquanto na minha existência uma marca sua não apaga, eu só quero estar ao seu lado e nada mais, te fazer feliz seria um complemento disso. Mas esquece, apaga. Eu não posso fazer ninguém feliz, já dizia o soneto de Vinicius "louco amor meu que quando toca, fere e quando fere vibra, mas prefere ferir a fenecer - e vive a esmo", eu não queria ser assim, juro que não é maldade, mas meu coração não sossega a coisa amada, parece querer testar sua humanidade, seus limites, suas loucuras e provar minha necessidade. Entretanto, se cansa, se cansa desses jogos, dos limites que imponho e de regras que se criam, se cansa, porque não tens a necessidade desmedida de querer mais do que tem e se a tem, ignora. Desistir e desvincilhar das armadilhas requer tanto esforço, tanto desgaste que não vale a pena e vais embora. Sempre fugitivo são seus olhos, não se prendem ao meu por pertencer ao medo, por se prender em algo totalmente futil ao redor, sem importância, já que as coisas irrelevantes ficam mais em você do que as minhas coisas realmente irrefutaveis. Ignora meu chamado, nem minhas dores nem meus amores te importam agora, eu sei, também tens medo e maior que seu medo é uma liberdade maior que essas palavras que são as únicas iguarias realmente importantes que tenho a oferecer e que passadas serão esquecidas, como já disse, minhas verdades mesmo que confusas e se fossem claras também não ficariam, de qualquer forma, não ficam. Esse é ponto. Só existe um ponto porque permitimos de vez em quando afundar um no ombro do outro dizendo que existe falta, saudade, lembrança, fora isso, no momento em que as cabeças se distanciam, esse mesmo ponto deixa de existir e passa a ser eu e você de novo jogados numa roda em que não dizemos o que sentimos, mas o que queremos por pura racionalidade, por ter mais lógica, sempre seguida daquele medo de parecer ridiculo dizer a primeira verdade, de parecer piegas e mais ainda, excessivamente carente. Eu e você somos excessivamente carentes. Cabeças duras também, mas tenho quase certeza de que disso a gente sabe. Quando encontrei você sabia que não iria querer me distanciar e me dá um medo ficar perto, medo de quebrar a relação, de pisar em falso, de me distrair e não te ver mais pisando no mesmo lugar que eu, tombando pra um lado, só não é pior que o calafrio de quando você vai embora, some de vista, ri sem mim, uma possibilidade de mundo que anula a minha existência perante seus olhos. É uma necessidade de te 'salvar', acho que com ele (o mundo, seja quem for) não está seguro, mas salvar de que, meu Deus, se eu não fiz nem a mim mesma. Lembra aquele estudo da cabala ou seja lá a religião que for sobre determinados dias sem anjos? E que eu nasci justamente nesse dia e pessoas assim são anjos da humanidade, carregam as dores do mundo? Pra mim, que se dane o mundo por ora, aliviar as suas dores nesse exato momento é primordial, não quero ser um anjo, não quero ser nada que me afasta mais ainda de você, quero poder tocar a sua mão sempre que puder. Nunca achei que anjos vivessem cercados por nuvens e que fossem de algum plano maior, não, os anjos pra mim são sábios, carregam dentro de si uma força no que dizem e eles sentem também, exigem certo nivel de sensibilidade e possuem uma paz que você no primeiro momento admira tanto como se fosse faltar o ar, não sei, acho que não aparento nada disso, não da maneira que me vejo ou como acredito em anjos, talvez sua maneira seja outra. De qualquer forma, sou igual a você quando não sou você mesmo. Eu me doo, me firo, amo, choro, rio e algumas vezes tudo ao mesmo tempo. Permita eu cantar enquanto dorme, escrever poemas em cadernos escondidos pra que tenhas curiosidade de ler, te levar em lugares mesmo sem saber onde está indo, só pra ter a sensação de experimentar o novo, deixa eu te mostrar algo novo, eu também sei ser assim, nova. Mas fica. Mesmo que não diga nada, fica, só não respire palavras desagradaveis, engole a seco se tens algo menos importante a dizer. Te quero por inteiro, te aceito por inteiro. Não fujas. Por favor, não fujas, não vai ser fácil, mas percebendo assim, já não será mais tão dificil. Talvez não entendas, mas aceite. Aceite o fato de que sozinha eu não consigo, na companhia de qualquer outro, também não. Te abraço porque é em mim a criatura mais louca, mas num sentido bom, sempre no sentido bom das coisas quando remeter a você. De ruim, só saudade mesmo, mas até essa é boa, prova de que te amo de maneira inteira, pra uma vida, dos outros a saudade não é tanta ou nem mesmo existe. Chega em mim sem medo, sabendo disvencilhar daquilo que com certa dureza lhe trato, eu não lido bem com quem mexe com o que venho escondendo há anos, aquela parte bonita dentro da gente que morre nessa cidade antiga, porque o bonito não existe, só o prático, rápido, não se há mais tempo de sentir e ser, muito menos. Então, mesmo que o centro esteja longe e eu não facilite a caminhada, ainda assim, não se acovarde ou tenha medo, me faça sentir de novo o que eu apaguei por covardia humana, me faça querer ser além do que vejo e o que eu realmente possa ser. Me faça bem. Me faça feliz. Faça.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Do lado de dentro.

Minhas palavras sumiram. Não há absolutamente mais nada que eu possa falar. Sinto sua falta, mas creio que isso não sairia assim tão fácil, na verdade, não sairia em momento algum quando você me lançasse a primeira palavra dura e eu retrucasse com qualquer outra verdade jogada sem dó nem piedade em cima de você. É, palavras me faltam. Orgulho, que sentimento mais besta e tão dominador que transforma minha necessidade de você em outra coisa escondida, só pra não dar o braço a torcer, para não parecer que corro atrás de você, sem saber que viajaria o mundo só pra te encontrar, em qualquer momento, qualquer hora... Mas ele não me deixa, nem você tem me deixado. Não saber ouvir é uma pessima característica sua. Mas eu a amo, só porque ela é sua e de mais ninguém que conheço. Queria que visse minhas tentativas de fugir de tudo aquilo que eu sou só pra não reconhecer no espelho nada que você admire, nada que você tenha observado e comentado que era somente seu, com você que acontecia e tantas outras que não teve tempo de perceber. Mas eu sou sua. Fugir de você não posso, eu tento, mas realmente não posso. Teria rido dessas tentativas ou talvez não, perdesse horas pensando algo que minha mente e meus olhos não conseguiriam decifrar e isso me frustraria tanto. Desde já estou frustrada, com a maneira como me deixa solta assim, não procura, busca e nem se importa, não sei. De qualquer forma, desculpa. Desculpa não por estar errada, mas por não saber viver sem poder te ver, te ter, sem sentir seu cheiro, coisas que não ficam em mim. Exceto saudade.