quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Foram tantas as cartas mentais que escrevi pra você, ideias que ficam na cabeça achando o melhor jeito para te dizer algo, se é que existe a melhor maneira, se é que existe algo a ser dito. Não queria que soasse dramático ou melancólico em demasia. Mas queria sinceridade. E talvez, tome por base essas duas naturezas que você estava cansado de saber que eram as minhas. Na verdade, eu não sei o que escrever, sério, de todas as coisas que pensei, tenho um medo enorme do seu estado, da sua forma de lidar com o mundo por agora, não tenho noticias suas faz tempo e queria que soubesse o quanto me dói isso. Queria dizer tanta coisa, não sei se tenho liberdade pra tanto, da maneira que for, me propus a começar, eu vou terminar isso, levar até o fim e a única coisa que estaria em jogo, seria você. Mas até você já foi, não é mesmo? Da última vez que procurei por você,  eu reinvindiquei aquele Tiago que eu havia conhecido, o que se interessava em saber de mim, o que me ligava quando eu menos esperava pra ouvir a minha voz com o meu sotaque que acho tão irritante, pegava o celular escondido da mãe pra me mandar uma mensagem pra salvar um pedaço da minha noite quase madrugada e o que me escrevia cartas. E não quis dizer que esse menino tinha ido embora, se ele tivesse ido embora, eu deixaria você partir e ficaria só na minha memória com essas características interminaveis, cada dia eu descobria uma coisa nova em você e saber de você era tão importante pra saber de mim, mas esse menino se ocupou muito, eu sei, com problemas interminaveis, com magoas, alegrias, sensações novas, eu sei, sei atraves de outros, porque até nisso você deixou de me procurar e fui buscar outras distrações sem conseguir me desligar disso. Não, não quero de volta o que não tem volta, recordações são boas, claro, só que eu quero do meu lado e da maneira que for, esse menino com que eu aprendi tanto e nunca saberia o quanto. Você é uma parte insubstituivel que eu nem me dei ao esforço de colocar algo no lugar, não existe, será que você não percebe? Enfim, se resolver voltar, me procura, eu estou aqui, mas venha sem magoas, sem ressentimento, sem as suas pedras nas mãos como na última vez, se não souber voltar, me manda noticias, mas não se perde, por favor. E é nessa parte que eu suplico com as lágrimas. As suas fotos não serão o suficiente pra eu fazer parte de um mundo que tenho certeza de que foi meu, muito meu, da qual eu existia sem ter que invadir, me fazer existir por inconveniencia. Alías, desculpa se estou sendo inconveniente, não era o caso, nem mesmo um pedido de desculpas, mas eu estendo a minha mão na tentativa de alcançar a sua que nem mais vejo se está esticada também ou a recolheu num puro cinismo. Sua grosseria não me espanta, o que me espanta é essa ausência que ninguém dá fim, essa sua nova imagem de mim que desistiu faz tempo. Eu te quero muito bem, te quero claro, bonito como eu lembro e queria tudo isso do meu lado, ainda que não seja possivel, guarda as cosias boas e se cuida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário