sábado, 29 de janeiro de 2011

Eu tinha perdido o ritmo do mundo, cansei de acompanhar festas, criar situações de encontros, foi um processo um pouco lento, vindo aos poucos, mas deixei me invandir, essa vontade de não forçar a barra com o mundo, principalmente, com as pessoas. Aprendi a caminhar sozinha, sobre duas pernas e somente dois olhos, sem me importar com o certo ou com o errado, conceitos pra mim totalmente equivocados, diga-se de passagem. Também não sei se foi um aprendizado válido, mas a verdade é que aprendi a agir dentro do tempo, do meu tempo à passos um tanto rápidos, mas sem tropeços. De repente, perdendo tantas memórias, tantas ligações, tantos convites e até pessoas, por que não? É que eu não esperava que as vezes é justamente abrindo mão e de esperar é que a gente mais ganha. E eu ganhei. Ganhei um tempo pra mim, ganhei livros, filmes, ganhei paz de espirito, ganhei tantas outras coisas que não teria tempo de explicar e quando meu coração estava se acostumando a ficar quieto, sozinho, se acostumando a se recuperar de traumas de um passado tão recente, e outros nem tanto, Deus me deu uma possbilidade. Ando agradecida por tudo. Uma possbilidade de um amor tranquilo com sabor de fruta mordida, ou uma espécie de. Tenho a sensação de ter me recuperado de um eterno ar de cansaço, não ando nova em folha, mas recuperei carinho, mãos dadas, cheiro, beijos, noites mal dormidas, noites bem dormidas também, caras amassadas, cinema numa terça qualquer e aquele friozinho na barriga bobo e um pedido de namoro. E de todas as expectativas de ficar até o meio do ano, de manter esse sorriso bobo no meio da tarde, não existiu nenhuma, o sorriso continua, a paz de espirito nem tanto, mas tudo que veio depois ficou. E a ausência de expectativas só trouxe a certeza de que tinha data de validade. E essa era curta. Não é justo, confesso, mas também confesso que já sabia. O máximo que me ocorre agora é contar os dias, não faltam mais que dois ou três, não me desespero, mas também não fico tranquila, acho que no fundo não estamos acostumados nunca a despedidas. Pois devia, logo eu, que no caminho perdi tantas pessoas sem motivo, entretanto, quantas foram as oportunidades de despedida? É natural as pessoas se perderem, as pessoas se encontrarem, o que não é natural é esse adeus que não quero dar.

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