terça-feira, 29 de junho de 2010

Parte I

E eu vou me concentrar em qualquer coisa, mas qualquer coisa que não esse frio. Porque se eu me deixar levar, o vento vai trazer consigo não só esse frio pela janela, mas a sua imagem, a sua voz procurando a vontade de querer me aquecer naquilo que tomo como você. E eu não posso. Meu coração anda tão fatigado, tão inutilmente despedaçado tentando ser inteiro, mas se doando assim o tempo todo cada hora pra alguém, pra necessidade do outro, um pedaço de cada vez, as vezes, todos ao mesmo tempo. Não tenho me comportado mais, por enquanto tem me machucado, me incomodado e de todas as formas que eu sei lidar com isso, eu não posso. Vou me concentrar com todas as forças, que não são muitas, nos meus trabalhos, nos meu estudos, aprender uma nova língua, ocupar meu corpo e minha mente de maneira absoluta pra não existir o fator necessidade. E ainda que eu não consiga nada disso, o esforço vai me fazer bem, eu sei, pelo menos até a proxima queda. Não quero cair, te juro. Só que é inevitável, pensar em você tem sido inevitavel. E presta atenção, eu não vou fazer de você uma valvula de escape, como uma cura pra todos os males que me afrontam agora, eu não posso, não vou e não quero. Mas não tem prestado atenção no quanto me faz bem, no quanto suas caras quase sérias me fazem rir que nem uma tonta. Meu corpo não comporta tanta beleza, tanta coisa boa num só, sei que não, por mais que tentasse, seria um esforço desnecessário, pela vontade torta de ter você, eu vou ficar um tempão aqui parada esperando passar, ocupando meus olhos, fechando minhas mãos diante do peito como num soco que darei no ar sem saber que atinjo a mim mesma, que aquela raiva disparada contra ninguém afeta o que diz respeito a mim, sem que você saiba também.  (cont...)

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