quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O problema é que eu (não) te amo.

Sempre acreditei que eu dizer 'eu te adoro' para uma pessoa fosse a maior prova de admiração que se possa dar a alguém, porque dizer 'eu te amo' é intenso também, é bonito, mas adorar é mais, parece que toda a sua existência passou a ter sentido no momento em que a pessoa pra quem se diz começou a fazer parte de sua vida. Adorar é mágico, um pedestal, qualquer outro lugar no mundo que não ele mesmo. Também acreditei que ao dizer querer alguém fosse bonito, além da necessidade, é uma vontade, um sentimento bonito de querer que a alma que o adora passe a expor a beleza a que está condicionada. Acontece que quando você pensa diferente dos outros, corre o terrivel erro de parecer aquilo que não queres nunca dizer, as palavras ficam jogadas, talvez nunca entendam mesmo a sua beleza, seu significado e de repente, se vê obrigado a sufocar, apertar como se não existisse.
- Mas existe, você tem vontade de gritar.
- E dói, repete constantemente para si mesma várias vezes seguidas.
Esse choro contido quando se diz e ouvidos endurecidos demais pra ouvir se recusa a aceitar tais palavras. Daí desacredita, perde a vontade de procurar, sentir outra vez, se recusa tudo isso, mesmo tendo dentro de você um sentimento incontrolavel de coisas admiraveis, talvez passaram a ser isso, coisas. Parece que as pessoas não estão acostumadas ou desaprenderam a receber um amor do tamanho do mundo, desses que te procura, se mostra presente, diz o que quer aparentando mediocridade a outros olhos, sem maldade. Quem sabe um dia encontre alguém que assimile sem preconceitos, sem convicções e aceite da maneira que for, um carinho na cabeça, um beijo na testa, um cheiro na gola da roupa, um abraço apertado, um elogio inesperado e guarde para si tal grandeza, tal beleza, tal verdade...

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