sábado, 24 de julho de 2010

E o outro lado?

Eu não suportaria a sua indiferença, eu teria todos os dias que reinventar você em outros sorrisos, em outras histórias, em outros olhos castanhos e não teria sucesso, porque já é desde o dia em que te vi uma parte de mim que me assusta, que me conforta, que me envaidece, da maneira e do dia que for, uma parte imputavel de mim. E como seria construir um personagem sobre um coração em pedaços, missão impossivel. Prova disso foram esses dias terrivelmente vazios com a cabeça e os olhos cheios e três noites mal dormidas. Não me contentei em ficar olhando o mundo, esse mesmo imundo do lado de fora, em que todo mundo ri, todo mundo é louco o suficiente pra suas próprias verdades, eu tive que ir lá conferir, rodar na roda com eles, minha curiosidade me matou de uma maneira devastadora, eu morri nesses últimos dias em silêncio, com uma culpa, sem pedir socorro, talvez um gesto de covardia misturado com um ato de vergonha na cara, da maneira que for, eu me lavei sem me sentir limpa, me escondi sabendo que estava exposta, chorei sem me sentir vazia, tanta contradição que não suporto, tudo porque eu mesma tinha entrado em contradição. Minhas palavras se perderam como todo o resto, rumo previsivel e eu detesto ser previsivel, apesar de não estar mais do que isso. Da forma que for, o seu telefonema mais uma vez me salvou, depois que você desligou não sei se deu tempo pra perceber o meu estado leve, alegre, aliviada, você me fez até rir, depois de três dias...Eu errei feio, com a gente sobretudo, e já expliquei que não foi a minha intenção e também, não me esqueço a partir daqui, só que hoje você estava a minha frente e com o braço esticado em direção ao chão, você me levantou, me olhou nos olhos não com a piedade de todos os outros, mas com a firmeza de quem sabe que ficar no caminho é perda de tempo. Eu substimei o meu amor, eu temi ter perdido pra sempre, e maior do que o erro em si, as consequencias que ele podia ter pra você me doeu mais que qualquer coisa. Porém, não é tudo, se eu acordar amanhã com o gosto amargo de uma falha que não tem volta, eu vou sim querer desistir de novo, vou querer te evitar sabendo do enorme mal que lhe causo e talvez nos seus braços eu ainda me encontre sem graça, sem jeito, calada, inconformada da maneira errada como eu errei feio, ainda assim, não faça cerimônias, se precisar me dizer, diga. Eu estarei ouvindo, ainda que pareça que não.




"Ela é uma moça de poses delicadas, sorrisos discretos e olhar misterioso. Ela tem cara de menina mimada, um quê de esquisitice, uma sensibilidade de flor, um jeito encantado de ser, um toque de intuição e um tom de doçura. Ela reflete lilás, um brilho de estrela, uma inquietude, uma solidão de artista e um ar sensato de cientista. Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e de ser por completo. Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez. Ela tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna.”

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