sábado, 27 de março de 2010

Feliz aniversário.

As onze e vinte da manhã foi a primeira vez em que chorei naquele dia, que julgava eu estar perdido para sempre como todos os anos, dia de aniversário. Depois de uma noite exaustiva de coisas realmente ruins que só quero esquecer, uma carta do Artur mudou minha concepção da data e mais do que isso, me fez morrer de amores e dores. Chorei sem disfarçar, sem mascara e sem pudores. Um tempo depois daquele mesmo dia, eu recebi outra carta do Tiago, essa me fez abrir um sorriso enorme, como se tivesse lavado minha alma somente para alegrias que viriam aos poucos. Claro, recebi visitas e destribui abraços, o de sempre, mas dessa vez seria diferente, só atenderia quem fizesse a diferença e foi o que eu fiz. Mais tarde naquela mesma noite, eu recebi uma visita do Glaucio, um abraço que não deve ter durado mais do que quinze minutos, mas teve a importância de uma vida, uma história que a gente viveu e que aprendemos contudo a seguir em frente, a sermos maior do que qualquer sentimento banal e até maior que nós mesmos. Me senti feliz, pela primeira vez no meu anivesário eu me senti realmente feliz. Ainda me faltavam algumas lembranças de pessoas importantes. Não tardaram. Prestes a sair com amizades antigas que não me deixariam na mão por nada, eu recebo a ligação mais importante do meu dia, era o Rafael que me desejou coisas infinitamente boas e me prometeu um presente que mandaria na terça, além da sua vinda pra cá, nada pôde me deixar mais bem.... quer dizer, exceto quando ele me ligou uma segunda vez só pra dizer que me ama e dizer pra eu ter juizo nas minhas decisões. Chegando à Lapa, bateu saudade de tantos velhos tempos com aquelas que seriam as únicas que eu queria ver naquela noite, assim como o sunshine, mas desse não preciso dizer nada, porque o apelido que dei a ele (e só eu o chamo assim), já explica muita coisa. Entretanto, existe um presente que foi maior que todos os outros, o da minha mãe, comentei com ela todos os comentários a cerca do que diziam sobre a minha imaginação e o quanto o meu pé não está num mundo totalmente real, falei sem expectativa alguma de compreensão, só porque não aguentava mais mesmo, ela me disse: 'minha filha, eu também sempre tive um mundo se sonhos e me criticavam, me julgavam por causa disso, mas construi a minha vida toda sobre isso e estou melhor que muita gente, tenho tudo que quero na minha vida, não deixa de ser assim não, dane-se os outros..." e não foi um colo, um abraço, nada disso, mas as palavras que fecharam um dia que tinha tudo pra dar errado. Meu coração não ficou quieto enquanto faltava uma ligação, fiquei um pouco chateada, decepcionada, mas não seria a primeira vez também....deixei passar.

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