sábado, 6 de março de 2010

já que falamos em ler...

Percebi que de uns tempos pra cá, o meu telefone não toca como antes, cartas não chegam mais como antes, pessoas não passam aqui, porém não tenho achado de todo ruim, na verdade, parei para pensar sobre isso hoje e o quanto não ouço, sinto, vejo faz algum tempo esses detalhes. Tenho estado num estado tão do lado de dentro das coisas, quer dizer, do meu lado de dentro, onde não me espanta em nada que as pessoas tenham se perdido um pouco pela ausência que causei entre elas. Só que o negócio é que eu tenha errado muito, sido totalmente diferente, não me reconhecido, precisei parar e analisar de uma nova perspectiva, começar do zero, literalmente. Voltei a ser quem eu era, digamos que isso é bom pra mim, não pra muita gente, mas não há o que se fazer se é dessa maneira que me encontro. Outro fator muito importante é a leitura, como teve um papel fundamental na minha vida e eu passava horas admirando o fato de ter lido livros que aumentavam cada vez mais minha estante que daqui a algum tempo, gostaria que se tornasse uma biblioteca. Só que os livros continuavam os mesmos, a estante não aumentava, ao contrário, de tantos livros emprestados, acho que só diminuiu, porque ler havia me cansado muito e livros não combinavam com a vida que eu estava levando, com o que acontecia sem que eu percebesse. Tive que fazer escolhas, claro, todos temos e tem sido bom, estou me sentindo bem, parece mais uma reabilitação em que os livros, filmes e músicas são os meus remédios e o tempo, meu enfermeiro que não deixa eu perder a hora de cada um deles. Espero que não vire um manicomio, já que não existem outros pacientes, mas percebo que nãp tenho nada a perder com isso também.
E se estamos no meio do caminho, falaremos de livros. O livro que eu peguei pra ler num impulso nervoso de quem precisa dar um passo adiante no que propôs desde o ínicio foi "O dia do curinga", tinha tentado começar muitas outras vezes, entretanto, acredito que esse espaço de tempo era necessário. Então, o livro é impulsionado por um menino com seu pai que decidem cruzar a Europa em busca da mulher que os deixou há oito anos e por uma série de acontecimentos faz com que ele ganhe uma lupa e um livro que se encontra dentro de um bolinho que foi escrito com letras minusculas que contém histórias de maldição, cartas do baralho que ganham vida e mitos gregos. Mais do que uma sinopse, é uma descrição da perfeição que é o livro e a maneira como várias histórias de personagens diferentes se interligam e no fim, só resta essa sensação de que queremos e podemos ser curingas, a única carta que se diferencia do baralho inteiro. "Só o curinga do jogo não se deixa iludir."

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